Eu poderia buscar em dicionários longiquos palavras corretas para te nomear. São tantos adjetivos soltos que caberiam perfeitamente em seu retrato que fica difícil definir um. Mas existe um desses tantos que me faz te trazer até mim. Se eu pudesse te batizar te daria o nome de raridade. Essa simples palavra traduz plenamente com te percebo. És a raridade que eu preciso para me tornar legitimo, e essa equivalência do teu raro com o meu raro é que nasce esse amoraro, essa extinção sentimental que considero concreta. É incrível como tudo que povoa teu espírito exala esse aroma raro; tua dedicação a mim, tuas palavras contidas mas exatas de sentimento, teus olhos marcados de esperança a mim, teu abraço de conforto, são só alguns reforços que conduzem ao teu preciosismo. Cada movimento teu perante a mim é moldado na preocupação do estar bem com o outro, essa tua presença exponencial em minha cotidianidade me traz de volta algo tão raro quanto você: acreditar na ligação natural entre duas almas dispostas a se amar, crer que é possível encontrar uma conexão quase telepática entre dois sujeitos que entre si já se justificam. Essa raridade existe, e eu posso, sem hesitação, declarar...
(para F.)
pablo alencar