"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Depois de vácuos intervalos...

depois de vácuos intervalos, talvez semanas sem me revelar internamente, retorno eu a me fragmentar. não sei o que de fato me forçou a essa abertura crítica de agora, não tenho aqui comigo, momentaneamente, nenhum motivo latente para fazer essas considerações de alma sentida. o que realmente sinto é algo que pretende ser alegria, ou melhor, é alegria mas crustada de outras nuances sentimentais. é alegria de perdição, de transbordo, de amor arterial, que teima em correr no meu peito singelo. estou feliz por certos motivos, talvez isso tenha ajudado ao meu isolamento a esse meu canto peculiar, esse espaço onde eu costumamente manifestava minhas fraquezas de espírito e pensamento. é como se esse lugar aqui fosse estranho a tudo que desviasse para a certeza, para a felicidade difícil, para as alegrias do meu subjetivismo. mas não. quero também jorrar luz nessa tela negra, quero provar a mim que possuo a ousadia de desmaracar os tormentos íntimos e revelar a sua face suave e bela. todos nós temos, abaixo da casca vermelha e horrenda da perturbação interior uma paisagem de sonhos brancos e deliciosamente sublimes. hoje escrevo não para a minha doce angústia, que a esse momento descansa intocada dentro do meu estômago mental, mas dedico estas letras ao meu cerne de emoção viva, ao meu cais de esperança e nascimento, ao meu fragmento mais devorado chamado amor...

pablo alencar

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