"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Falsamente...

Falsamente eu não minto. Digo sempre a verdade hipócrita aos sábios pseudológicos. Vou criando dentro do vazio um recheio de fantasia. Vou fazendo a festa aqui mesmo no porão. Cá estão dentro de mim o sim, o não e o senão. Se não fossem istos eu não teria sido aquilos. A comédia que me tira lágrimas é aquela feita com o coração. Brinco sempre de adulto porque a criança guardada em mim está ocupada com os sonhos. Sonho mesmo que não chegue no fim do arco-íris, pois sei que no meio dele há muita esperança para alimentar. Vou caindo no mesmo buraco, mas estranhamente o buraco vai caindo sobre mim. Aí nós dois ficamos equivalentes, eu e o buraco. E então deixo todas essas imaginações psique de lado e vou tratar é de dormir. Dormir também é viajar...


pablo braz

Ainda não consegui...

Ainda não consegui achar aquele ponto crucial onde as minhas palavras se existem como livres. Toda essa minha escritura anda presa ao intrincado, ao mais enrolado dos rolos de papel. Destrinchar essa escrita pesada é tarefa difícil. Aguardo o dia em que vou poder respirar aliviado enquanto escrevo. E esperando sentado o momento dessa magia textual, vou engolindo os sapos prolixos do contra-objetivo, da contra--fluidez, da contra-clareza. Oh Senhor! Liberte-me dos adjetivismos cruéis! Dai-me os substantivos para eu devorar! Perdoa todos os meus pecados pleonásticos e redundantes! Abaixo ao edema literário!!!...

pablo braz