"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

sábado, 10 de janeiro de 2009

somos imparalelos...

somos imparalelos. somos algo que não se dissolve,não se entrelaça. terra e ar,fogo e água,noite e dia. a mistura explosiva que desencandeia mesmo sem se unir. lutamos contra as nossas corrosivas diferenças pensando serem elas apenas um estágio de nossa evolução sentimental. erramos. queríamos quebrar a parede do egoísmo e sucumbir ao desejo comum. não conseguimos. a harmonia nos escapava,vivíamos em um completo desequilíbrio amoroso. você transbordava amor,eu expelia receio. você se julgava dono,eu me sentia estranho. você me alimentava,eu te descartava. estávamos em direções emocionalmente opostas,em sentidos sentimentalmente imiscíveis. nunca se encontraria qualquer ponto que nos centralizasse. o amor não resiste ao avesso extremo,ele exige um mínimo de unicidade,uma gota qualquer de reciprocidade. a nossa profunda incompatibilidade de alma,de pensamento,nos impossibilitou de seguirmos juntos. tivemos que nos desfazer de qualquer raiz parasitária que nos prendia um ao outro. estamos livres,porém perdidos. perdidos dentro do nosso organismo desestruturado,dos nossos sentimentos fragmentados,deixados pela batalha árdua de querermos amar o proibido, o invencível, o impenetrável...

pablo alencar

2 comentários:

  1. Isso é uma prova de que "os opostos se distraem; os dispostos se atraem". Quem ama de verdade abre mão, subtrai as diferenças,até sofre.. mas é feliz! E "ninguém é feliz nessa vida tendo amado uma vez".. Fica quieto que já chega a tua vez. =P

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  2. Post interessante. A mim soou como duas estruturas em busca de um mesmo ponto, porém seguindo por diferentes trajetórias.

    Belo blog, calouro.

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