Alguma força me reconduziu a esse cubículo de letras e pensamentos. Resisti por semanas a colocar meus devaneios e pequenas insanidades guardadas nesse depósito que mais tende a um verdadeiro porão de loucuras, pois no porão se joga aquilo que nos parece momentaneamente inútil, mas que bruscamente se fazem necessários diante de urgências. Temos medo de descer ao porão, de sucumbir ao esquecido, ao desprezado, ao que nos parece delicadamente assustador. Mas estou eu retornando a esse ciclo que me parecia sepultado por minha fraqueza em escrever a mim. Será que tudo ao qual me dediquei supostamente fugiram do meu controle? Me roubaram algo inspirador? Não. Simplesmente meus inimigos se dissolveram na minha ingênua alegria, meus conflitos continuam vivos e dedicados a mim, porém se fazem agora confundidos com meus súbitos choques de felicidade e amor. Estou feliz por mim que vive esses momentos doces e leves, mas estou triste por você que escreve essas fragmentações da alma tão banais e desnecessárias a um espírito tão frágil como o nosso. Eu e você, realidade e ilusão, se compõem num único ser, mas separados pela divisória entre a complexa sensação de prazer e alegria e a melancólica arte de se fazer infeliz. Retornei. Sobreviverei. Amarei. Jamais te abandonarei...
pablo alencar
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