"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Queria não sentir isso...

Queria não sentir isso. Isso de sentir o sentimento desse sentido, esse sentido todo que parece com o improvável, o indefinível, o etéreo senso de despedida. Há algo que sempre permanece quando isso vai embora, mesmo sabendo que há chance de retorno. Eu sinto isso como parte da minha quase-felicidade de ter estado contigo. Esse vazio construído depois da despedida se transmutou numa espera caótica do nosso improvável reencontro. Teus olhos infantis às vezes acusavam uma pequena instabilidade, mas procurei descartar qualquer hipótese de incerteza sua, e busco sempre tirar da dúvida o abraço preciso da esperança. A esperança, essa coisinha mágica que surge nas últimas horas do desespero, é que faz a roda da fantasia continuar. E eu não queria ter perdido nenhum pedaço dessa esperança que me é tão rara como a sensação de ter estado em sintonia aguda com alguém tão solto nos pensamentos. Espero seguir com a esperança junto da minha inconstância, uma equilibrando a outra para que não se cometa um derrame emocional no meu espírito, mesmo sabendo que é inevitável a qualquer momento que essa pulsão sentimental se exploda em um desejo perdido...

pablo alencar

Um comentário:

  1. "Esse vazio construído depois da despedida se transmutou numa espera caótica do nosso improvável reencontro". Lindo, lindo! Lindo demais isso!

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