"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

É tanta lembrança...

É tanta lembrança que insiste a sair a toda hora, junto com umas lágrimas também. No estômago uma queimação ferve, e no coração pontadas agudas. A garganta parece que vai travar, um fôlego de enlouquecer. O corpo não sabe se vai ou se pára. A somatização da saudade é potencialmente sintomática, pode crer! Uma impaciência percorre a sua calma, tomando forma de um pânico indistinto. Quanto mais pensa em afastar os pensamentos, mais eles cutucam seu coraçãozinho. Saudade poderia também se chamar Selvagem. Nem adianta chá de camomila ou erva doce, quando ela bate só quer saber mesmo é de bater. E dói viu. Uma dorzinha que nem quer ser dor, mas já nasce sendo. Livro, chocolate, filme, e besteiras virtuais, nada resolve. Respeitamos ela, dona da vez e da verdade. Como dizia Clarice, “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.” E quando não se pode comer a presença, o jeito é seguir sobrevivendo a pão e água. Eita saudade doida essa!

pablo alencar

Nenhum comentário:

Postar um comentário