Queria me despir dessa embalagem embriagada de artificialidades e mergulhar com coragem dentro da minha consciência e extrair as minhas possíveis verdades de vida. Algo me sussurra que meu corpo rejeita essa caricatura implacável que realmente só existe no limiar do meu desespero. É cansativo suportar uma arquitetura externa de rotulações e definições. Eu não sou o que se exterioriza para o universo dos outros, eu sou aquilo que se define quando se consegue ultrapassar a estrutura virtual e entrar dentro do meu círculo pessoal, quando se aprofundam em mim é que se pode saber o que eu sinto de fato, o que eu necessito de todos e o que necessitam de mim para se construir uma intrincada relação. Não sou difícil de ser desfragmentado, basta apenas a sensibilidade viva do contato desmistificado. A desmistificação é o segredo maior para a afinidade, a quebra de obstáculos imaginários permite a construção da real amizade. A minha fragilidade inerente facilmente permitirá a entrada de estranhos dentro do meu habitat desabitado por mim. Não sou nenhuma fortaleza petrificada de empecilhos, sou o que há de mais penetrável e mastigável no terreno da absorção sentimental. Sou simples de se ter, basta apenas a complexidade de querer me compreender...
pablo alencar
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