"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(C. L.)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

ESTRANHO SER

perdido entre medos e desejos
me atiro no abismo do desespero
e rastejo diante de um solo frio e seco.

a angústia me domina e
a dúvida toma parte do meu ser
como se incorporasse uma
espiritualidade peculiar ao íntimo.

já não vivo a mim
e sim a um estranho ser que
apenas observa paralisado o
degradar das horas mortas e vazias.

o sofrimento perdeu-se diante
de tamanha covardia. o indefínivel
achou-se entre a vida e
a ilusão de viver.

minha alegria é uma farsa.
uma prisão de sonhos inertes numa
atmosfera de loucura.
o sorriso é apenas um preparo
para o explodir de lágrimas desesperadas.

pablo alencar

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