por que ainda espero ter-te em mim se eu mesmo me encontro solto,perdido nos meus instantâneos momentos de desespero? eu quero em você algo que em mim não sobrevive:a estabilidade.não consigo me segurar em nenhuma pedra,vou sendo guiado pelas correntezas da insanidade,do desejo imediato e inconsequente.queria ao menos que você despertasse em mim a vontade de se estabelecer,de construir algo sólido dentro do meu edifício em desconstrução.parece que estamos em paralelas opostas,em dimensões conflitantes.você não compreende a minha urgência em amar e eu não aceito o seu desligamento sentimental.começo a perceber que a nossa incompatibilidade íntima se sobrepõe ao nosso desejo de ficarmos lado a lado,encarando as nossas diferenças como um desafio altamente perigoso a nós.somos egoístas.queremos que cada um se sinta o mais bem possível,não importando a agonia massacrante do outro.penso em desistir,em jogar tudo para a prisão da insegurança.mas não posso.tenho prazer em sugar o mínimo de emoção dos sentimentos precários e desinteressados.até quando você me der essa pequena quantidade de alimento sentimental,eu irei te seguindo,acompanhando os teus desencontros e esquecimentos.até quando eu tiver uma gota de esperança,mesmo que amarga e ácida,eu sucumbirei às tuas mais estranhas atitudes de quase-amor...
pablo alencar
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