não.não sou isso que vejo.
não sou aquilo que querem.
não sou ele que se imagina e
nem aquele que se vive.
sou o que se erra,o que se deseja,o que se esconde.
não sou eu que fala,que ama,que dorme.
eu sou o outro que se procura dentro do eu
que se perde no infinito da inconstância.
esse outro que quer ser eu
e esse eu querendo ser outro.
são tantos eus e tantos outros
que de tanto se encontrar
já se formam em um par.
na verdade já nem sei
se quem escreve sou eu ou o outro
que insiste em me guiar
mesmo sabendo que eu
já não posso mais me aceitar.
pablo alencar
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