sexta-feira, 27 de maio de 2011
Me esquecendo um pouco...
pablo braz
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Se eu pudesse...
(para F.)
pablo alencar
segunda-feira, 2 de maio de 2011
É tanta lembrança...
quinta-feira, 17 de março de 2011
Eu queria mesmo...
pablo alencar
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Carta de um aprendiz...
(para F.)
pablo alencar
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Falsamente...
pablo braz
Ainda não consegui...
pablo braz
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Eu poderia buscar...
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
A maldição de sentir o abstrato...
A maldição de sentir o abstrato como sendo real também faz parte do meu ciclo diário. Já acordo imaginando seu cheiro nos lençóis como um tipo de impregnação que perfura meu olfato acostumado somente aos aromas de poeira e solidão. Solidão também tem cheiro, um cheiro fraco mas fatal. Vou ao espelho, pois preciso molhar a face com água fria para saber que existe vida além daqueles lençóis prisioneiros da verdade. No espelho penso em ti como sendo eu, penso em nossos rostos trocados por um momento e vejo que não há diferença alguma na mudança. Somos únicos e exclusivos dentro de nós. Somos como um brinquedo que desmontado resulta no mesmo brinquedo já arrumado. Preparo um café terrível, pois sou péssimo em cafés, e ele sai meio amargo e meio doce, meio forte e meio fraco, mas o que me importa é o efeito que ele me causa. O café provoca em mim o mesmo que você desperta: uma injeção de vitalidade e força, coragem e fé, para encarar um dia de incertezas e imperfeições. Seu amor e a cafeína são a equação exata para meu florescimento, são como duas chaves essenciais para abrir meu princípio de reconhecimento e vivacidade. A diferença cáustica entre você e o efeito adrenérgico da cafeína é que essa perde sua estimulação em poucas horas e se faz preciso outra dose de café para ressuscitar; já o efeito estimulante de seu principio ativo no meu organismo, a tal substância que deriva de você e se incorpora em mim, só tende a aumentar como uma escala exponencial que nunca culmina num ponto de tranqüilidade, nosso sentimento não se minimiza como uma xícara de café temporária e limitada. Somos o inexplorável e o interminável dentro da caixa de segredos chamada esperança...
pablo alencar
domingo, 24 de janeiro de 2010
Queria não sentir isso...
Queria não sentir isso. Isso de sentir o sentimento desse sentido, esse sentido todo que parece com o improvável, o indefinível, o etéreo senso de despedida. Há algo que sempre permanece quando isso vai embora, mesmo sabendo que há chance de retorno. Eu sinto isso como parte da minha quase-felicidade de ter estado contigo. Esse vazio construído depois da despedida se transmutou numa espera caótica do nosso improvável reencontro. Teus olhos infantis às vezes acusavam uma pequena instabilidade, mas procurei descartar qualquer hipótese de incerteza sua, e busco sempre tirar da dúvida o abraço preciso da esperança. A esperança, essa coisinha mágica que surge nas últimas horas do desespero, é que faz a roda da fantasia continuar. E eu não queria ter perdido nenhum pedaço dessa esperança que me é tão rara como a sensação de ter estado em sintonia aguda com alguém tão solto nos pensamentos. Espero seguir com a esperança junto da minha inconstância, uma equilibrando a outra para que não se cometa um derrame emocional no meu espírito, mesmo sabendo que é inevitável a qualquer momento que essa pulsão sentimental se exploda em um desejo perdido...
pablo alencar
sábado, 9 de janeiro de 2010
Sempre que necessário...
Sempre que necessário é bom se dissecar um pouco, ver cada nervo de verdade e cada músculo de interrogação que descansa sobre a nossa anatomia psicoalucinada. É quase toda de alucinação que formamos nosso auto- retrato. Por isso, esse mergulho dentro dessas viagens internas é fundamental para avaliar a tolice da qual adoramos praticar. Temos medo do cubo do reconhecimento pessoal, pois ele dói tanto que nos grudamos ao comodismo do sorriso fácil e descartável. Estou caindo de fato na realidade de que muita coisa em mim merece ser enlatada urgentemente, há lixo alegre e falso que deseja um bom depósito de vergonha e reciclagem. Os tempos de reciclagem podem demorar a surgir, mas quando se soltam vem com toda a velocidade de uma opinião sincera que quase sempre nos falta. Vou aproveitar esses segundos raros de onipotência emocional para liberar essas minhas sinceridades nuas. Nunca esqueçamos essa vontade impulsiva de tirar a roupa da ilusão e ficarmos nus diante do sexo selvagem do verdadeiro. Desculpem-me, mas agora estou indo. Há muitas peças para tirar fora. Há muita coisa para explorar no meu corpo descascado. Há pessoas me esperando para lhes revelar reticências que pulsam em mim. Aahh, essas reticências pulsantes!!!...
pablo alencar
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Resolvi passar...
Resolvi passar um momento de inércia emocional para com esse meu confessionário de soluços e dramas. Não que não tenha acontecido nada que alcançasse a força de ser sentida e exposta como um corte que lateja, mas apenas precisava do silêncio forjado para a reconstrução desse corte inútil. Por isso digo que nenhuma palavra sairá desse tempo de confusão que nasceu e morreu em mim durante esses últimos meses. A única coisa de fato que caracteriza essa turbulência seria o inexplicável, o indefinido, o sentido congelado. Vou ficar com o bruto silêncio do incompreendido e com a leveza do esquecimento que consegui crescer. Sigo agora limpo e tranqüilo depois que tomei a consciência necessária que me era útil para o meu fortalecimento e coragem. Era isso que me faltava demais: coragem. E com a coragem adquiri a força, e com a força consegui a construção, e com a construção criei a identidade. Com essa pude ver certos escuros que antes desconhecia. Acendi a luz e agora corro na direção do real. Podia definir toda essa parafernália prolixa que escrevi em uma só palavra: iluminação. O que eu precisava era somente de luz. Luz, luz, luz...
pablo alencar
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Paralisei indesejavelmente...
pablo alencar
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Depois de vácuos intervalos...
pablo alencar
sábado, 18 de julho de 2009
É com lágrimas nos olhos...
pablo alencar
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Ficarei aqui guardado...
Ficarei aqui guardado no meu quarto esperando a chuva se calar. Desejaria poder voar longe e destemido na direção contrária ao vento. Ter a sensação que sou livre e que posso chegar até onde você não me alcance. O som das gotas caindo me desespera por que sei que quanto mais elas se perpetuarem menos chances terei eu de desaparecer. Por que esse clima roubou de mim um dos raros momentos em que sou ar, em que saio da cápsula terra e viajo por horas na velocidade dos meus instantes fugazes? Esse meu quarto me observa desalentado como se soubesse que estou crescendo nele agora por que perdi o meu momento de escape. Adoro este veículo de duas rodas, aberto ao ambiente, simples e veloz. Preciso dessa velocidade ciclística para me deter. Me deter do tédio de não ter elaborado nada de divino nesse dia de inferno branco. Sempre tenho dias de inferno branco. É uma constante em meu ciclo cronológico. Porém, em alguns desses dias eu ainda consigo, no cair da noite, tocar algo de espiritual e compensar essa infernalidade. Mas hoje parece que não. Tudo indica que permanecerei fixo no meu congelamento imposto por essas malditas águas. Águas do equívoco que insistem em reter minha liberdade de deslizar entre pistas e pessoas. Nem ao menos pude vê-lo hoje. Terei que me acostumar também com certos egocentrismos dele, instantes particulares que correspondem unicamente a ele e não a nós. Infelizmente, hoje nem eu mesmo pude me perceber, quanto mais os outros. Nem mesmo eu pude me convidar a escapar...
pablo alencar
terça-feira, 30 de junho de 2009
Começo a perceber...
Começo a perceber nossos desvios de uma outra perspectiva. Acabei sentindo que para mim isso não é realmente terrível, não há nada de maligno em nossa terceira parede. Pensamentos meus me conduzem a uma epifania singular: você é o que eu esperava desde antes, você é o propensor de algo que preciso, ou melhor, desejo ferozmente: me explodir, me desenterrar, me desequilibrar. Você é a fera que fará meu sonâmbulo despertar. Analisando as golpeadas que sofro ao seu combate, vejo que é necessário derramar sangue para te alimentar. A entrada sua em minha vida é perturbadora, mas é viva. Ao seu lado percebo o quanto necessito ser real, o quanto de energia impulsiva eu preciso. É isso, as suas diferenças são para mim um labirinto de libertação, seus gritos de alma são o despertador da minha paralisação. Agradeço a ti por me dar a possibilidade de saber o que é pulsante e atingível dentro desse meu mundo medíocre, dessa minha inércia medíocre, dessas minhas atitudes medíocres. Não quero mais essa fantasia banal que articulo, quero ser o ator do meu próprio espetáculo e você fará o papel de diretor nessa nova peça que desejo encenar. Te amo por você me cortar e me ferver, te amo por você me dissecar, te amo por você me dar os olhos nervosos que faltavam na minha patética calma imbecilmente cega...
pablo alencar
Entre sonhos e sentimentos...
Entre sonhos e sentimentos, eu simplesmente te amo. A cada hora ao seu lado eu perco a minha metade solidão e ressuscito a minha metade emoção. Meus olhos perdidos se encontram na sua confusão e sou levado ao mundo da loucura passional. Eu sei que seus sonhos podem estar inversamente moldados fora do espelho de nós, mas a imagem sua sempre será a mais bela entre as mais impossíveis. Não consigo imaginar meu corpo sem se alimentar das suas mãos, do seu desejo de me prender em suas posses. Ao te beijar eu caio em algo etéreo, é como se você me aniquilasse qualquer limite real e me fizesse descer ao seu lugar, ao seu sentido interno. Parece um pouco perdição esse sentimento, mas talvez seja realmente isso o que quero. Quero me perder em você e te encontrar em nós. Quero simplesmente me amar te amando...
( para J.)
pablo alencar
terça-feira, 16 de junho de 2009
Vinho e perfeição...
Vinho e perfeição, a contradição incomum que se dissolveu em mim. Naquela noite pude sentir o quanto esse líquido sensível me consumiu, me desarmou e me fez expulsar ebulições internas que estavam por se evaporar na minha inconsciência. A primeira taça foi terrivelmente amarga, a segunda foi levemente agressiva, mas a terceira foi excitante, delirante, envolvente. A partir daí, pude perceber a delicadeza dessa bebida doce e discreta, que me conduziu ao estado de flutuação insustentável. A sensação de leveza era de tal força que constatei que, por momentos, eu não estava lá, eu não mais existia naquele apartamento envolto por nuvens de fantasia. Naqueles segundos posteriores, a doçura do vinho se reverteu em um vinagre de angústias e pude experimentar o verdadeiro sabor desse líquido, o sabor da fraqueza emocional, da crueldade do monstro mental. Entre vômitos libertários e lágrimas irracionais, ele estava junto a mim, ouvindo meus delírios e incertezas. Ele estava observando toda a minha delicada estrutura íntima que se encontrava em estado de perfuração, ele viu diante dele alguém desabando em si. Mesmo assim, ele permaneceu comigo e me consertou por alguns instantes, ele limpou com paciência todo o meu lixo orgânico despejado no assoalho da sala e me envolveu com toda a leveza que o vinho não me proporcionou. Realmente, a “perfeição” nunca pode degustar uma gota sequer dessa suave e dissimulada delícia dos homens...
pablo alencar
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Foi incrivelmente mágico...
Foi incrivelmente mágico estar ao seu lado e sentir que eu e você se transfiguramos em nós. Nossa química sensitiva se dissolveu em beijos loucos e abraços protetores. Esses minutos que passamos a observar juntos o reflexo luminoso sobre o rio seco nos deixou a sensação de que somos realmente intrínsecos entre si. A noite foi se fazendo solitária enquanto nós rompíamos o seu silêncio com palavras soltas e flutuantes. Nos sentamos na grama e parecia que o mundo se limitava àquele momento único. Senti algo que não sei bem como expressar, um misto de paz e harmonia embalado com desejos energizantes de impulsividade. O amor tem dessas contraditórias impressões! Nos beijamos profundamente mas nossos olhares se desviavam para os outros, para o medo banal de sermos descobertos pela nossa aventura perigosa de se amar ocultamente. Entre segundos velozes nos deitamos na grama tomados por uma loucura infantil de brincadeiras. Hesitei por instantes aquela situação, achei preocupante me encontrar naquele modo, livre e solto. Tolice minha! Sou estúpido! Que se danem os outros!. Nossa hora chegou ao fim. Nos despedimos daquele local com a sensação de que fomos felizes naquela noite singular. Eu sei que voltaremos lá outro dia qualquer. Eu sei que aquele lugar nos espera desesperadamente. Eu sei... aahhh! Prefiro não saber...
pablo alencar
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Queria me despir...
Queria me despir dessa embalagem embriagada de artificialidades e mergulhar com coragem dentro da minha consciência e extrair as minhas possíveis verdades de vida. Algo me sussurra que meu corpo rejeita essa caricatura implacável que realmente só existe no limiar do meu desespero. É cansativo suportar uma arquitetura externa de rotulações e definições. Eu não sou o que se exterioriza para o universo dos outros, eu sou aquilo que se define quando se consegue ultrapassar a estrutura virtual e entrar dentro do meu círculo pessoal, quando se aprofundam em mim é que se pode saber o que eu sinto de fato, o que eu necessito de todos e o que necessitam de mim para se construir uma intrincada relação. Não sou difícil de ser desfragmentado, basta apenas a sensibilidade viva do contato desmistificado. A desmistificação é o segredo maior para a afinidade, a quebra de obstáculos imaginários permite a construção da real amizade. A minha fragilidade inerente facilmente permitirá a entrada de estranhos dentro do meu habitat desabitado por mim. Não sou nenhuma fortaleza petrificada de empecilhos, sou o que há de mais penetrável e mastigável no terreno da absorção sentimental. Sou simples de se ter, basta apenas a complexidade de querer me compreender...
pablo alencar
sexta-feira, 15 de maio de 2009
O avesso de nós...
( para J. )
pablo alencar
sábado, 2 de maio de 2009
A estranheza se revelou...
pablo alencar
sábado, 25 de abril de 2009
O GRANDE ABISMO...
( para J. )
pablo alencar
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Alguma força me reconduziu...
pablo alencar
sábado, 10 de janeiro de 2009
somos imparalelos...
pablo alencar
escrever é algo louco...
pablo alencar
domingo, 4 de janeiro de 2009
a noite me fascina...
pablo alencar
estou preparado para o ...
pablo alencar
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
mais um dia inútil...
pablo alencar
preciso dormir...
pablo alencar
será que é possível ser...
pablo alencar
sábado, 27 de dezembro de 2008
por que ainda espero...
pablo alencar
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
OLHARES PERDIDOS
quanto sombras perdidas no cair da noite.
olhei para meus olhos,tão tristes
que pareciam derramar sangue e desespero.
olhei para minha boca,tão cansada
de expulsar palavras inúteis e secas.
olhei para minhas mãos,tão vazias
que se fechavam no espaço do egoísmo.
olhei para meus pés,tão sofridos
de caminhar pelo abismo da solidão.
olhei para meu coração e nada consegui ver.
nada tinha dentro dele.meu Deus,
o que fizeram com o meu coração?
arrancaram-lhe os sentimentos,
extraíram de suas células todo o seu prazer,
toda a sua dor,toda a sua emoção.
olhei para minha alma.está em pedaços.
pedaços jogados na dimensão das incertezas,
na infinita corrente das ilusões e
dos sonhos escravizados.
chorei diante de tamanho caos.
o que me resta é olhar para o mar,
olhar para a lua,olhar para o vento.
o que me resta é olhar para além do
horizonte dos meus medos e desejos.
pablo alencar
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
o amor não é perfeito...
pablo alencar
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
em momentos de solidão...
pablo alencar
é difícil ver o tempo...
pablo alencar
às vezes penso se...
pablo alencar
A TRÁGICA ARTE DE AMAR (A OUTRA FACE DO AMOR)
é perder a sensibilidade real e viajar no fantasioso caminho do desespero e da abstração.
amar é poder sofrer querendo estar sofrendo,
é envolver-se nas correntes da escravidão insana e tirana,
é cair num abismo repleto de lágrimas e sangue.
amar é sentir a loucura enlouquecendo os pensamentos,
é viver sugando emoções doentias,
é dar de cara com os medos e as dúvidas.
amar é abraçar-se com o inesperado e com o indefinível,
é mergulhar no mar de imperfeições e contradições,
é dormir ao lado do seu maior inimigo íntimo.
amar é poder beijar a solidão,
é se entregar aos deuses do apocalipse,
é voar no universo das perdas e danos.
amar é compartilhar as alegrias com a dor,
é dar adoração e receber submissão,
é consumir-se por dentro e degenerar-se por fora.
amar é morrer quando ainda se está em vida.
pablo alencar
perdoai,Deus...
pablo alencar
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
mais uma perda...
pablo alencar
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
estou cansado...
pablo alencar
não sei porque...
pablo alencar
NÃO SOU EU
não sou aquilo que querem.
não sou ele que se imagina e
nem aquele que se vive.
sou o que se erra,o que se deseja,o que se esconde.
não sou eu que fala,que ama,que dorme.
eu sou o outro que se procura dentro do eu
que se perde no infinito da inconstância.
esse outro que quer ser eu
e esse eu querendo ser outro.
são tantos eus e tantos outros
que de tanto se encontrar
já se formam em um par.
na verdade já nem sei
se quem escreve sou eu ou o outro
que insiste em me guiar
mesmo sabendo que eu
já não posso mais me aceitar.
pablo alencar
DESCONFIGURAÇÃO
minha alma gritou de tanta solidão
meu coração chorou por não ter emoção
meu ser está repleto de contradição
eu já não vivo pois sou uma ilusão
sou uma loucura humana sem conclusão.
pablo alencar
MULTIPLICIDADE
dentro de um único.
Um único que,
por ter tantos,
não é ninguém.
Um ninguém que,
às vezes, é tudo.
Um tudo que,
quase sempre,
é o nada.
pablo alencar
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
ESPELHOS MEUS
espelhos,símbolos de prazer e dor
trazem a glorificação para os narcisistas,
a depredação para os desfavorecidos e
a incerteza para os perdidos.
espelhos,meros seres inanimados
que constroem a faceta emoldurada
atenuam os traços da sensibilidade
e determinam a identidade adulterada.
espelhos,inimigos do surreal
adoradores da beleza e da vaidade
delimitam de forma nua e crua
as aberrações da delicada realidade.
espelhos,senhores das fraquezas
escravizam inconscientemente seus servos
fazem dos mais fantasiosos sonhos
os mais terríveis pesadelos.
espelhos,espelhos meus,
existe alguém mais perdido do que eu?
pablo alencar
AMOR-HORROR
uma agonia sufocante que aprisiona meus desejos.
Buscar o amor é procurar um abrigo sem ar,
um esconderijo dentro dos mais obscuros corredores da vida.
O amor exige submissão,controle,obediência,
limites,dedicação.
Enfim,amar é a forma mais humana e
corrosiva de escravizar os sentimentos,
é a maneira mais sutil de degenerar os prazeres da
liberdade.
pablo alencar
ESTRANHO SER
me atiro no abismo do desespero
e rastejo diante de um solo frio e seco.
a angústia me domina e
a dúvida toma parte do meu ser
como se incorporasse uma
espiritualidade peculiar ao íntimo.
já não vivo a mim
e sim a um estranho ser que
apenas observa paralisado o
degradar das horas mortas e vazias.
o sofrimento perdeu-se diante
de tamanha covardia. o indefínivel
achou-se entre a vida e
a ilusão de viver.
minha alegria é uma farsa.
uma prisão de sonhos inertes numa
atmosfera de loucura.
o sorriso é apenas um preparo
para o explodir de lágrimas desesperadas.
pablo alencar
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
ALGOS E OUTROS
Outro algo chora e se desfalece
Algo em mim se glorifica e se eterniza
Outro algo se afoga e se entristece
Algo em mim é belo e mágico
Outro algo é monstruoso e trágico
Algo em mim é puro mistério
Outro algo é simplesmente tédio
Algo em mim é infinito e inacessível
Outro algo é codificadamente indefinível
Por que tantos algos e tantos outros?
Se necessito apenas de um
Talvez porque eu verdadeiramente seja
A multiplicidade de um ser nenhum.
pablo alencar